segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A Revolução do Smartphone

Em uma entrevista, quando passou por Porto Alegre, Manuel Castells disse uma coisa chocante sobre o smartphone. Para o sociólogo espanhol, a posse de um celular conectado à rede mundial de computadores é algo mais valorizado que a saúde, que a educação, que a comida, até. Um pouco assim: entre comer e comprar um smartphone, as pessoas escolhem a segunda opção.

“A comunicação é a preocupação número um das pessoas”, afirmou Castells.
Por quê? Porque as pessoas hoje dão maior importância à informação, à possibilidade de comunicação do que ao restante. Porque tendo isso, a busca por um emprego, a conversa com um amigo, a relação com um namorado, com a família, a informação sobre o que fazer, a localização de um hospital – tudo – fica mais fácil. Até mesmo encontrar comida.



Castells destaca que 97% do conhecimento humano está atualmente catalogado e disponível na rede. Fato que mudou/está mudando radicalmente o modo de pensar e agir das pessoas. Não só das pessoas das classes A e B. As classes C, D e E também lutam pelos seus smartphones. E têm.


De fato, hoje, conforme a Anatel, no Brasil existem mais de 250 milhões de linhas móveis em operação. No início deste ano, os acessos pré-pagos totalizavam quase 70% e os pós-pagos pouco mais de 30% (dados detalhados em http://ftp.anatel.gov.br/dados/Acessos/Movel_Pessoal/). Claro que a maior parte destas linhas ainda não é de smartphones, mas o caminho para a conexão de toda a humanidade à rede mundial de computadores via celular está traçado. Estima-se que 80% da população do mundo terá um smartphone na mão até 2020. Já pensou no significado de ter 80% da humanidade em rede em qualquer tempo, em qualquer lugar?



É uma revolução completa na comunicação e, por decorrência, na publicidade. Com consequências incontornáveis em termos de estratégia, de planejamento, de linguagem. Na Veraz, por exemplo, faz tempo que insisto que o setor de criação de sites e peças de comunicação digital comece tudo pelo desenvolvimento de uma proposta para o smartphone. Se a nossa comunicação não for eficaz no celular, ela não funcionará. Ou vai funcionar de um modo parcial.

É por isso que, para o próximo ano, na Veraz, teremos um alerta geral na agência.
Vamos entrar 2017 com a seguinte frase nas paredes das salas, no banheiro, por todo lugar: PRECISAMOS PENSAR NO SMARTPHONE! Afinal, 2020 está ali, dobrando a esquina.

Paulo Cezar da Rosa
Diretor Veraz Comunicação